
Profissional que envolve a dinâmica do acolhimento institucional.
Um profissional que envolve a dinâmica do acolhimento institucional.
Inicio a reflexão trazendo à luz a importância do educador social como sujeito ativo na ação de educar e garantir proteção à criança em situação de acolhimento institucional. De acordo com Ribas Machado (2010, p.43) os termos Social e Educação estão diretamente associados, devido ao objetivo da prática educativa pela busca da emancipação do ser humano, não direcionando apenas ao ensino escolarizado.
A atuação do educador social se consolida na década de 90 e abrange diversos âmbitos de atuação, no acolhimento institucional sua atuação é propor o fortalecimento das relações sociais, na emancipação, autonomia e proteção das crianças acolhidas. Segundo Natali (2012, p. 69), a prática interventiva do educador social se destaca pela complexidade de sua função “constante exercício reflexivo, pois suas práticas educativas devem estar conectadas a um projeto mais amplo que supere a simples execução de atividades”, as ações realizadas por esse profissional não podem ser mecânica, mas sim, dinâmicas que contemple os direitos fundamentais da criança em situação de acolhimento institucional, conforme preconiza o ECA – Estatuto da Criança e Adolescente ‘
No acolhimento institucional o educador social, ou seja, mãe/pai social possui demandas continuas e intensas, sendo fundamental sua contribuição no processo para viabilização na garantia dos direitos fundamentais da criança. Sua atuação abrange do inicio ao fim do acolhimento institucional, seja nas tarefas da casa, na atenção ao acolhido, na alimentação, na vestimenta, nos estudos, na higiene, no afeto, na orientação e no cuidado. Cuidar, é a palavra que resume todo o processo de acolhimento institucional.
Cada criança tem sua singularidade, cada casa aqui na ACRIDAS contém até dez crianças que ficam sob a atenção da cuidadora residente (mãe social), exigindo desse profissional a sensibilidade no olhar individualizado frente ao contexto da sua história de vida e sentimentos que o infante traz consigo até aquele presente momento. Conhecer seus medos, anseios, sonhos, suas alegrias e tristezas é uma ação que precisa de atenção, dedicação e sensibilidade por parte do educador social que carrega em sua titulação no contexto do acolhimento institucional o nome de Mãe Social.
No entanto, sabemos que esses profissionais precisam também de atenção e cuidado, as intervenções e atividades do dia a dia demandam deles uma importante carga emocional, pois é através da convivência na dinâmica do dia a dia que é exposta as fragilidades e potencialidades das crianças, sendo importantíssimo o olhar atento e o suporte de toda equipe, resultando assim num trabalho concreto e contínuo no acolhimento institucional.
Segundo as Orientações Técnicas do Serviço de acolhimento de Crianças e Adolescentes “em função de sua importância, o educador/cuidador deve ter clareza quanto a seu papel: vincular-se afetivamente às crianças/adolescentes atendidos e contribuir para a construção de um ambiente familiar e seguro”
Destaco que esses profissionais têm como responsabilidade deixar para as crianças memórias afetivas de alegrias, sonhos e amor, para que, no futuro elas possam compartilhar com todos a sua volta esses mesmos sentimentos e aprendizado, pois esse momento que permanecem aqui também fará parte da história de vida de cada criança. Finalizo trazendo algumas falas das Mães Sociais da ACRIDAS sobre sua profissão.
“Ser mãe social é muito gratificante, esse cuidado, atenção com a criança é como se eu fosse uma mãe para eles e eles filhos para mim, nossa casa”
Cuidadora Residente – Neusa Gomes
“Acolher é ser a mãe que eles precisam ter, dar amor, carinho, atenção e tentar passar princípios para a vida, dar exemplo de como é ser uma família e suportar tudo com amor”.
Cuidadora Residente – Vera Pinheiro
Por Daiane Vargas – Assistente Social na ACRIDAS